Um pouco de mim

Cresci num bairro onde tem uma Loja Maçônica bem tradicional, ouvindo todo tipo de teoria e maluquice sobre a maçonaria, ria muito, e jamais iria acreditar nessas invencionices populares. O dono do supermercado, da farmácia, do açougue, aquele que você não esperava que fosse, também era. Tinha aqueles que queriam ser mas nunca foram , alguns até colocavam em seus estabelecimentos o nome "Mason", bem estrangeiricamente mesmo, acredito que nem sabendo o significado direito, mas nunca convidados para ser, era hilário, já que no final das contas todo mundo sabia quem era e quem não era maçom.

O pai de um colega era um, meu primo vivia zoando da cara dele, já que quando ele fizesse 15 anos sua alma seria dada ao diabo por causa dos bens que seu pai adquiriu. Até sua irmã era atormentada, ela tinha sido molestada em sacrifício na Loja - isso de acordo com ele -, era muita besteira dita pelo meu primo. Como acabei impostamente sendo levado para a Igreja Evangélica, lá também ouvia de tudo, ria, por não acreditar no capeta, não dava a atenção que gostariam que desse. Aquilo que ouvia só aumentava minha curiosidade.

Desde criança sou rato de banca de revista, adoro ler e comprar, vivia nas bancas. Devo ter gasto um bom dinheiro, já que sempre fui de comprar muita mesmo, revista semanal, quadrinho, ciência, sobre video game... o que pudesse comprar eu comprava. Mas não conhecia todas a revistas da época e nem tinha a intenção, mas gostava de conhecer, até que um dia no Senai, com 15 anos, na biblioteca, não saia de lá, acho uma revista que me deixa maravilhado, ANO ZERO, qualquer assunto místico, diferente, ufológico ou sobre as SS poderiam ser tema dela, a que tinha em mãos, falava do rosacrucionismo, maçonaria, robôs, futurologia, paranormalidade, ufologia e CIA, era tanta coisa bacana, que fiz algo que não deveria ter feito, de tanto que gostei, já que na biblioteca não tinha mais exemplares dela, peguei para mim, uns amigos ajudaram. Procurei outras edições para comprar, a revista tinha saído de circulação. Estudava em tempo integral, a hora de meu almoço, quase duas horas, na maioria das vezes era lendo. Por isso digo que deveria estar naquele lugar e naquela hora. Estando ali, pude ler e conhecer muita gente bacana, que ajudaram ser o que sou hoje.

No Segundo Ano do 2.o Grau, foi outra revolução, já lia de tudo, e um dia andando pelas bancas de revista, acho uma c
oleção que nem acreditava que tivesse, "Mitos, Deuse e Mistérios" o tema daquele volume era Magia, mas o assunto central, as Sociedades Secretas, com muitas fotos e textos de excelente qualidade. Como o povo tem medo dessas coisas, levava para escola e alguns alunos me olhavam torto, até professor. No livro se discutia de tudo, Maçonaria, Rocrucionismo, Golden Dawn, Thelema, Ritos Antigos, documentos assinados, era sensacional. Os assuntos ocultos e místicos já me fascinava bastante nesse período, de tanto ouvir que era coisa do demo, que os seguidores dessas práticas vendiam sua alma, que passei a pesquisar, conversar com pessoas, tinha que conhecer esse conhecimento oculto e tirar minhas próprias conclusões. E pra minha curiosidade nata, meses depois um grupo de pessoas vão vender livros na escola, no dia, que livro eu vejo Dogma e Ritual de Alta Magia, de Éliphas Lévi, 468 pág. de pura piração, tinha rituais, recitações, estudos dos salmos e da simbologia oculta, o livro é muito bom, a teologia decodificada por ele para várias questões humanas e ocultas, são bem interessantes e sedutoras, mais pé no chão do que vários pontos estudados nos credos cristãos, mas vale salientar, que muito desses ensinamentos estão revestidos de uma aura crística , Jesus ganhas ares ocultos, já que para muitos deles, esse grande "rabi" foi um grande iniciado nas Escolas de Mistério, assim como Salomão e Moisés. Estudar essas filosofias ocultas e suas Sociedade Secretas, é se encantar com uma riqueza simbólica muito grande, textos bem redigidos, teorias interessantíssimas, tudo é de um cuidado literário incrível, agora crer em tudo já é mais complicado, pois uma coisa é você ler e achar interessante, outra é ler e ter como meta de vida o que é ensinado, nunca caí nessa segunda categoria.

Em 99 já era membro ativo na Ordem Rosacruz Amorc, fiquei até o ano de 2002, dei um tempo, voltei de novo, pesquisava outras filosofias de vida e religiões entre esse período de Rosacruz, era o meu caminho, e findando em 2006, tenho um carinho muito grande pela Amorc, devido a sua seriedade e próposito, mas nem tudo é rosas na senda mística... Hoje ainda tenho excelentes amigos rosacruzes e maçons, amigos com maturidade espiritual e discernimento.

Em outros posts, contarei mais detalhes sobre essa minha caminhada nas SS e sobre suas origens.

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